quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Para pensar...

"As pessoas esquecerão o que você disse.
Esquecerão o que você fez.
Mas nunca esquecerão de como você as tratou."

Tempo... - Por: Lígia Rosso


Ontem foi colcha de retalhos
pedacinhos de tempo
minutos e horas
espalhados pelo chão.

Amanhã é incerto
às vezes longe,
outras vezes perto.

Prefiro o hoje
esse do qual falo agora.
Hoje...não quero
que vá embora.




Chuva de estrelas - Por: Lígia Rosso

Foto: Eclipse lunar de 20.02.08 (foto by Marta)

Hoje choveram estrelas
caíram todas que
acompanhavam a lua.

E rua agora é apenas solidão.
Grilos desamparados cantam seus cantos
nos cantos estranhos dessa noite.

Estrelas luminosas
me cobriram de paz
e saudades.

Saudades do que foi
e de tudo que não sei se um dia será...

Chuva de estrelas.
Estrelas que deslizam
e brincam em meus cabelos.

Chuva de estrelas.
Saudades do cosmos.
Saudade estranha
desse céu estrelado.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

A ARTE DE SER FELIZ - Cecília Meireles


Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz. Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crinças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refelectidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Às vezes um galo canta. Às vezes um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz. Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Abre a janela... - Por: Lígia Rosso


Abre a janela
recebe o sol
que imunda essa manhã.

Imunda teu dia
de paz e de alegria.

Tristezas fazem parte
vão embora e são esquecidas.

O que mais vale
são as janelas que a gente
abre e recebe
o ar renovado da vida!

Sensibilidade... - Por: Lígia Rosso


Meu coração ainda não entende
como alguém pode viver o que não sente.

Meu coração tenta assimilar a falta de amor.
Gente que faz coisas pra manifestar bondade
mas na verdade...

Meu coração tenta entender a falta de lealdade.
Acho que eu e meu coração
estamos fora de contexto.
Sem eixo.

Hoje me queixo
de respostas não dadas
das frases inacabadas
gente que diz ouvir
mas não escuta nada.

Meu coração não entende
e tem dias que sofre.
Ainda bem que a dor passa.

Ficam as linhas assim escritas
por alguém
que pelas teclas do computador
expressa algumas inquietudes
de um coração que às vezes
também chora lágrimas aflitas.


domingo, 17 de fevereiro de 2008


FALHAS - Martha Medeiros

"Uma das coisas que fascina na cidade de San Francisco é ela estar localizada sobre a falha de San Andreas, que é um desnível no terreno da região que provoca pequenos abalos sísmicos de vez em quando e grandes terremotos de tempos em tempos. Você está mui faceiro caminhando pela cidade, apreciando a arquitetura vitoriana, a baía, a Golden Gate, e de uma hora para outra pode perder o chão, ver tudo sair do lugar, ficar tontinho, tontinho. É pouco provável que vá acontecer justo quando você estiver lá, mas existe a possibilidade, e isso amedronta mas ao mesmo tempo excita, vai dizer que não?
Assim são também as pessoas interessantes: têm falhas. Pessoas perfeitas são como Viena, uma cidade linda, limpa, sem fraturas geológicas, onde tudo funciona e você quase morre de tédio.
Pessoas, como cidades, não precisam ser excessivamente bonitas. É fundamental que tenham sinais de expressão no rosto, um nariz com personalidade, um vinco na testa que as caracterize.
Pessoas, como cidade, precisam ser limpas, mas não a ponto de não possuírem máculas. É preciso suar na hora do cansaço, é preciso Ter um cheiro próprio, uma camiseta velha pra dormir, um jeans quase transparente de tanto que foi usado, um batom que escapou dos lábios depois de um beijo, um rímel que borrou um pouquinho quando você chorou.
Pessoas, como cidades, têm que funcionar, mas não podem ser previsíveis.
De vez em quando, sem abusar muito da licença, devem ser insensatas, ligeiramente passionais, demonstrarem um certo desatino, ir contra alguns prognósticos, cometer erros de julgamento e pedir desculpas depois, pedir desculpas sempre, para poder ter crédito e errar outra vez.
Pessoas, como cidades, devem dar vontade de visitar, devem satisfazer nossa necessidade de viver momentos sublimes, devem ser calorosas, ser generosas e abrir suas portas, devem nos fazer querer voltar, porém não devem nos deixar 100% seguros, nunca. Uma pequena dose de apreensão e cuidado devem provocar, nunca devem deixar os outros esquecerem que pessoas, assim como cidades, têm rachaduras internas, portanto podem surpreender.
Falhas. Agradeça as suas, que é o que humaniza você, e nos fascina."
obs: simplesmente adoro e aprendo muito com os textos de Martha Medeiros.
Espero que você, caro visitante, também aprecie!

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Sábias palavras de Gibran:

Gibran Khalil Gibran - Poeta libanês - 1849 - 1931

"Aprendi o silêncio com os faladores... A tolerância com os intolerantes... A bondade com os maldosos, e por estranho que pareça, sou grato a esses professores."

"Árvores são poemas que a terra escreve para o céu. Nós as derrubamos e as transformamos em papel para registrar todo o nosso vazio."

"Um só ramo em flor tem mais futuro do que toda uma floresta seca. E numa só semente de trigo, há mais vida do que num montão de feno."

...paisagens - Por: Lígia Rosso

Foto: no Passo (São Borja - RS - fev.08)

Hoje parei de olhar.
Comecei a observar...



É diferente fixar os olhos
ficar atento a cada detalhe
encontrar novas formas
refazer velhas paisagens.



Rever o que me rodeia
com apenas um olhar diferente.
Um jeito diferente no olhar,
de olhar.



Gente, árvores, rios
pedras e sol.



Paisagem externa é bela
quando a beleza que está
dentro da gente -
através de nosso olhar -
se reflete nela!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Lá vem o sol!


...ele brilha sem ofuscar o brilho dos outros. Seria muito bom seguirmos o exemplo do sol a cada amanhecer. Tenha um dia iluminado!

... - Por: Lígia Rosso


Não mais entender.
Apenas ser.
Sem máscaras, sem medos.

Talvez - somente agora -
não pensar.

Deixar a vida seguir
e o tempo agir.

Não acreditar cegamente.
Nem duvidar sempre!

Porque viver tem desses dias,
desses momentos.
Questões que nos incomodam.
Dúvidas e incertezas...


...hoje quero
soltá-las no vento
e livrar-me de antigos tormentos!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

...Um pouco de Martha Medeiros para começarmos a semana!

PEDAÇOS DE MIM

Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos
Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão
Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci
Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante
JáTive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas
Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,
para não enfrentar
sorri para não chorar
Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei
Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.

Martha Medeiros

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Segue sua estrada...

...e faz dessa trajetória a história que merecerá
ser contada quando ao fim da estrada você chegar!

Julgamento... - Por: Lígia Rosso

A dor no coração,
na alma,
no íntimo do ser
é o outro que sente
e alguém que julga...
diz que não é bem assim
tão sofrido,
tão doído.
Também,
a dor não é aquele
que critica que tem!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Quebrando conceitos...

Particularmente, uma das coisas que considero interessante na vida é a capacidade que temos de quebrar conceitos... Para isso, basta estarmos dispostos a enfrentar o que nos é diferente, inovador ou algo que criticávamos ou rejeitávamos pelo simples fato de não sabermos nada a respeito.
Pois é...nessas férias 'quebrei' alguns conceitos. Tive coragem de dar alguns passos além e de fazer coisas simples, mas que para mim representam muito.
Fiz um orkut - meus alunos e amigos mais chegados sempre me convidavam para participar e eu sempre inventava uma desculpa para não aceitar... Mas, agora que criei meu simples orkut, vi o quanto pode ser útil. Já reencontrei algumas amizades que há muito eu não sabia notícias e a comunicação com meus amigos(as) ficou mais fácil.
Sim, para o mundo todo já é assim há muito tempo, ok! Mas, para mim tudo isso ainda é novidade. Algum problema?! Creio que não...
Estou definitivamente virtual, também tenho msn (quem diria, né?)... E, nessas andanças entre o real e o virtual, quebrei mais um conceito recentemente: fiz uma tatuagem!
Registrei logo abaixo da nuca a minha grande paixão: O TEATRO.
Rebelde, eu? Não...apenas diferente. Estou assumindo meu jeito virtual de ser, assumindo as marcas que quero carregar em meu corpo, assumindo também que prefiro o contato 'olhos nos olhos' com as pessoas que gosto - e até com aquelas que não gosto!-.
Porém, o mundo está evoluindo rapidamente, a dinâmica da vida já mudou há muito tempo. Nesta época de mudanças tão repentinas, creio que é preciso abrir o coração e a alma para que possamos entender que 'quebrar' alguns conceitos faz parte de nossa evolução. Estar preparado para isso faz toda a diferença.

Por: Lígia Rosso.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Acredito que...


...a alegria fundamental da vida não está no que TEMOS. Mas sim, no QUE SOMOS.
...a alegria não é PARECER. Antes de tudo, é SER.
...a alegria está ligada a fatos simples da vida que precisam ser percebidos, sentidos, vivenciados.

Desejo que você tenha um restante de semana com alegrias e paz no coração.

Um abraço - Por: Lígia Rosso


Só um abraço?
Abraço é laço de amizade,
contágio total de emoções.

Um abraço.
Braços unidos que curam,
unem, reconciliam.

Abraços de todos os tipos...
braços balançam no ar.

Abraço de reencontro.
Abração!

Abrace.
Abra-se para receber
a energia que todo abraço
pode ter!

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Um arco-íris... - Por: Lígia Rosso


Esse arco-íris aconteceu na quinta, dia 31.01, aqui em Santiago.
Suas cores vibrantes deixaram o entardecer ainda mais bonito.
A foto acima foi tirada na Av. Júlio de Castilhos, próximo ao APA.

ARCO
imenso que
inunda
minha
ÍRIS
com suas
cores.
ARCO-ÍRIS.








Uma música, algumas reflexões...

DIAS DE LUTA (Banda IRA!)
Se prestarmos atenção na letra dessa música, certamente iremos refletir um pouco sobre os nossos dias de luta. Assim como a letra dessa canção, percebo que nada sei. Afinal de contas, a única coisa que tenho certeza é que estarei aprendendo sempre, a cada dia, enquanto eu viver.
Ira! - Dias de Luta

"Só depois de muito tempo fui entender aquele homem
Eu queria ouvir muito mas ele me disse pouco
Quando se sabe ouvir não precisam muitas palavras
Muito tempo eu levei pra entender que nada sei...
que nada sei
Só depois de muito tempo comecei a entender
Como será meu futuro, como será o seu?
Se meu filho nem nasceu, eu ainda sou o filho
Se hoje eu canto essa canção, o que cantarei depois
Cantar depois... o quê?!!
Se sou eu ainda jovem passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção o que cantarei depois
Só depois de muito tempo comecei a refletir
Nos meus dias de paz
Nos meus dias de luta
Se sou eu ainda jovem passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção, o que cantarei depois
Se sou eu ainda jovem passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção, o que cantarei depois
Cantar depois... o quê?"

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Para meus amigos... - Por: Vinícius de Moraes


Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
"A gente não faz amigos, reconhece-os."
...e as reformas continuam na casa, na mente, na alma, no coração!

Reformas... - Por: Lígia Rosso

Tijolos...
cimento e areia.

Paredes antigas que caem.
Ruínas do que passou.

O novo vem.
O que era,
já não é mais.

Amplia partes da casa.
Talvez não amplia partes de si mesmo.

Tijolo, areia, cimento.
Misturas.
Pinturas.
Reformas que não acabam mais.

Coração que busca
reformas...
alma que sempre busca a paz.

Reformas a ti mesmo.
Agora.
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