terça-feira, 13 de outubro de 2009

...Caio Fernando Abreu


"As pessoas falam coisas, e por trás do que falam há o que sentem, e por trás do que sentem, há o que são e nem sempre se mostra. Há os níveis não formulados, camadas inperceptíveis, fantasias que nem sempre controlamos, expectativas que quase nunca se cumprem e sobretudo, como dizias, emoções que nem sempre se mostram."


"Primeiro você cai num poço. Mas não é ruim cair num poço assim de repente? No começo é. Mas você logo começa a curtir as pedras do poço. O limo do poço. A umidade do poço. A água do poço. A terra do poço. O cheiro do poço. O poço do poço. Mas não é ruim a gente ir entrando nos poços dos poços sem fim? A gente não sente medo? A gente sente um pouco de medo mas não dói. A gente não morre? A gente morre um pouco em cada poço. E não dói? Morrer não dói. Morrer é entrar noutra. E depois: no fundo do poço do poço do poço do poço do poço você vai descobrir quê."

2 comentários:

Sonia Schmorantz disse...

Muito bom ler estes textos de Caio Abreu!
beijo

Anônimo disse...

Olá Lígia, gostei de suas páginas. Foi clicando daqui, e dali, que cheguei, estarei te acompanhando com certeza. Abraços Linus; em tempo adoro o Caio F.

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