terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Decepções e reflexões = aprendizado - Por: Lígia Rosso

Este feriadão está sendo bem importante em diversos sentidos: reorganizar meus livros, prateleiras, ajudar minha mãe que se recupera de uma cirurgia, receber a visita de minha tia que há três anos não aparecia por aqui, e refletir sobre muitas coisas da vida. Carnaval sem graça?! Não, não...apenas o meu bloco é um pouco diferentes dos demais. Minha música talvez seja diferente das outras que tocam nesse momento e isso tudo é necessário agora. Março já está surgindo no horizonte e vem com tudo...preciso estar preparada e minha mente pede reflexão nessa fase. Como já é de costume, tenho pensado muito sobre a vida...Me alegro e me entristeço baseada em tudo que observo ao meu redor. Cada vez que penso nos relacionamentos humanos, me decepciono muito, infelizmente. O caos está aí...diante de nossos olhos! Está cada vez mais complicado encontrar amigos verdadeiros que queiram estar contigo pelo simples fato de te aceitarem como você é (partindo do pressuposto que você também os aceita como eles são), e são cada vez mais raras as reuniões familiares para celebrar, com alegria verdadeira, as conquistas uns dos outros ou para dar um apoio nos momentos mais difíceis. Geralmente 'amigos' e familiares se reúnem mesmo num momento: quando alguém relacionado a ambos morre...sim, daí todo mundo dá um jeito de conseguir dispensa no trabalho ou algo do tipo pra ir no velório. É engraçado que nesse instante final as pessoas costumam se declarar...bah, 'ele(a) era uma pessoa tão especial', 'nossa como eu gostava dele(a)', enfim...muitas outras palavras bonitas circulam no ambiente entre lágrimas e suspiros! Sem contar nas flores...compram as mais lindas para homenagear o falecido ou a falecida! Que coisa...eu, particularmente, quero receber flores enquanto puder sentir seus perfumes e observar suas cores. Também desejo ouvir nessa vida as declarações de amor e carinho que alguém tiver que fazer pra mim. Deve ser triste para quem morreu observar todas as manifestações de carinho e não poder ao menos agradecer tamanha gentileza de quem vem ao seu velório! Porém, mais decepecionada eu fico com quem tem medo de ser feliz... e tem muita gente sofrendo dessa síndrome! Além dessas pessoas aí dos velórios, que só descobrem o quanto uma pessoa era importante para suas vidas depois que a perdem pra sempre, a categoria dos medrosos me dá arrepios! Ter medo é humano, absolutamente humano, mas, ter medo de ser feliz é algo complicado, quase inexplicável ao meu ver. Algumas pessoas desejam tanto um amor verdadeiro, um bom trabalho, uma realização pessoal e profissional, porém, quando estão prestes a conquistar o que tanto sonharam...adivinha? Caem fora, somem do mapa, se julgam incapazes de viver aquela história de amor tão sonhada ou se acham incompetentes para assumir o cargo ou a promoção que o seu chefe ofereceu em reconhecimento aos seus méritos...esses são apenas dois exemplos de medo da felicidade! Puxa... são em momentos como hoje, quando reflito profundamente, que me decepciono com muitas coisas, inclusive comigo mesma. Mas, essas decepções me trazem aprendizados e resolvo sempre renascer no dia seguinte, assim, mais forte, renovada apesar das marcas profundas que trago em meu ser. Já sofri muito, já chorei, já me magoei, já perdoei, já amei e não fui amada...ou talvez comecei a amar e gostei do que senti e tive meu amor desprezado no passado. E não há experiência mais árdua do que amar ou estar começando a amar uma pessoa pra valer e não ser amado. Porém, todas essas experiências me fortaleceram interiormente e talvez eu não fosse quem sou hoje se tudo tivesse dado sempre certo...enfim! E agora, com quase trinta anos, vejo minha vida nada certa, pois a cada curva surge uma nova descoberta. Nada é muito planejado, tudo acontece repentinamente e intensamente. E eu agradeço a Deus todos os dias pelas alegrias e decepções, pelas pessoas que passam pela minha vida e por todas aquelas que decidem ficar ao meu lado, num companheirismo que supera tempo e distância. E assim sigo minha estrada, entre decepções, lágrimas, risos e uma certa nostalgia, mas sempre aprendendo muito, afinal de contas: dessa vida levaremos o que for vivido e não todas as coisas que encontramos nas prateleiras das lojas e hipermercados! No decorrer da minha vida quero sim aprender, aprender e aprender sempre...mesmo que para isso eu ainda tenha que muito me decepcionar!
OBS: Aos foliões de 2009, desejo um bom carnaval!

2 comentários:

EDUARDO POISL disse...

Desculpa pela minha ausência, mais estou trabalhando, Florianopolis está lotada de turistas para o Carnaval.
Só passei para desejar um bom fim de Carnaval e uma ótima semana.
Abraços

Márcio Brasil disse...

Oi, Lígia!! Belíssima e tocante reflexão!!

Bjs de saudades!!

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