"Não te aflija com a pétala que voa:
também é ser deixar de ser assim.
Rosas verás, só de cinza franzida,
mortas intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos,
ao longe, o vento vai falando por mim.
E por perder-me é que me vão lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim."
também é ser deixar de ser assim.
Rosas verás, só de cinza franzida,
mortas intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos,
ao longe, o vento vai falando por mim.
E por perder-me é que me vão lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim."
Um comentário:
Esse poema é lindo! A sua forma em dísticos lembra os ponteiros do relógio, em uníssono à temática do tempo. Mesmo depois de as rosas morrerem, seus restos inventam beleza, guardam perfume. No caso das pessoas, também elas são lembradas pelas boas coisas que praticaram. Cecília quis nos dizer que na morte, além da tristeza, há a beleza. Ótima escolha Lígia! Cecília foi uma mulher altamente espiritualizada, transcendente. Abraços Literários!
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